Grito de um povo (cover)

Josiane e Diwarian — Aracruz — 2020

O vídeo produzido objetiva dar voz aos povos indígenas, visibilizar a necessidade de demarcação de terras, retratar a violência sofrida pelos povos tradicionais e os retrocessos cometidos em relação ao meio ambiente.

Verdades do Planeta

Paiva — Barra de São Francisco — 2020

Através dessa poesia desejo retratar
o que o mundo anseia
E tudo que tem à nos faltar
Por isso peço atenção
Ao que tenho para lhe falar

Enquanto a desigualdade permanece
Á margem da população
O desfavorecido se entristece

Ignorância, desrespeito, rebeldia
Tudo que não queremos
E tudo que acaba com a vida

União, fraternidade
Está escassa neste planeta
Violação de direitos
É o que fere a dignidade

Preconceito, racismo
Não dá para aceitar
Esta situação que 
Leva o planeta ao abismo.


Para escrever a poesia, me inspirei na realidade vivenciada em várias partes do mundo, com relação às pessoas e seus comportamentos.

(Itami to) Ai no Haibun

flvschtz — Serra — 2020

Desse teu corpo os olhos são a mais bonita parte. Seja por essa cor ou formato jaboticaba. Tão expressivos os olhos pequeninos… E com cílios úmidos faz-se o singular conjunto no chuveiro. É que neles posso ver tudo aquilo que não percebes:

tu consegues o Universo trazer só ao me olhar. Minha cabeça cria esse amor que os gestos enganam. Os corpos acabam pagando o que o coração tanto anseia: a utopia de um amor seguro [pronto, sem medo].

Voejo em direção ao céu vermelho e é perceptível: do campo à cidade, o inverno vem. A folha em pé resiste à névoa. Acordo com teu carinho, escutando-te perguntar sobre como prefiro meu café e, de repente, atino: não há mais ninguém aqui.

Não raramente sondo por onde andas. Mas compreendo que, como sempre deveria ter sido, agora sou eu por mim — e isso terminará bem. Sinto a hora por fim avizinhar-se: o azo chegou.

O amor, em seu estado puro, não brota do ressentimento.

quando expressas
as dores se curam sós
como num haibun.

俳文か拝聞か?

俳文 • haibun • haiku + sentence • prose with a poetic haiku flavour • forma literária japonesa de haiku com prosa
拝聞 • haibun • worship + listen • hear, listen to • escuta ativa
…か…か? • comparative sentence • forma japonesa de comparar elementos

Uma prosa poética à luz da estética japonesa.

Trago a Vida

Fabiano Oliveira — Serra — 2020

Veja no tamanho original.

Essa obra tem o intuito de relacionar o antiquado questionamento “consumo do tabaco causa câncer?” do senso comum vindo de status social e da indústria tabagista. Através do marketing ilusório, se vende a imagem de bem estar, que com o tempo no meio popular se criou formadores de argumentos infundados contrários a evidências contra fumo, assim como, há tempo surgindo questionamentos a respeito da existência de queimas florestais; a mudanças climáticas que veem desencadeando o aquecimento global, mesmo com as evidências científicas inequívocas, ainda damos ao mundo um limbo entre a disputa do consenso cientifico e da política pro indústria.

Escola Agrotécnica

Djalse Terezinha Magnago Linhales — Colatina — 2005

Cruzei seus portões temerosa
Num azul e ensolarado dia
Senti a beleza viçosa
Que a todo lado luzia

O verde de suas paragens
O azul do céu a brilhar
Um rio mostrando miragens
Levando-me a imaginar

Como seria o trabalho
Em meio a tanta beleza
Folhas luzindo de orvalho
Saudando a natureza

Com sua terra fecunda
Pra quem deseja plantar
Na sementeira oriunda
Do mais longínquo lugar

Aqui existe a esperança
De futuro promissor
Trabalho, saber e bonança
Técnico e também professor

Tem peixe, tem boi tem galinha
Muita água e computador
Tem senado, tem cozinha
E Encontro de Produtor

Apesar de tanta beleza
Também sofremos aqui
Momentos de muita tristeza
Como tais eu nunca vi

Mas há figuras constantes
Que fazem a sua glória
São tantos e importantes
Pedaços de sua história

Como sou parte recente
De uns dez anos pra cá
Eu falo do seu presente
Do jeito que ela está

Na escola tem gente sofrida
E muita figura gentil
Mas todos batalham a vida
Cumprindo projetos mil

Com ela damos um norte
Ao futuro do lugar
Oferecendo o suporte
Para quem quer estudar

Aqui cumpro minha lida
No lado profissional
Por isso me sinto acolhida
Como parte maioral
Na minha Escola querida
AGROTÉCNICA FEDERAL!

Atualizando…
Em Dezembro de 2008, houve a integração das três Escolas
Agrotécnicas (Colatina, Santa Teresa e Alegre) e Escola
Técnica Federal tornando-se uma só instituição: O Instituto Federal do ES. Então acrescentei as estrofes abaixo:

Também tem laboratório
E Jardim Sensorial
Com resultado notório
E público especial

No Encontro de Egresso,
Inativo e pensionista
Percebemos o sucesso
De uma escola benquista

Então veio a integração,
Trazendo muita mudança
Também fazendo junção
De forças e de esperança

Restou de cada autarquia
Na nova realidade
Muita garra e alquimia
Muita força de vontade

Para transformar o país
E a nossa sociedade
Numa pátria mais feliz
Co’ a vida em comunidade!

e a última estrofe poderia ser reescrita assim:

Aqui cumpro minha lida
No lado profissional
Por isso me sinto acolhida
Como parte maioral
Na minha Escola querida
DO INSTITUTO FEDERAL!

Minecraft: Ifes – Campus Viana

Danz — Cariacica — 2020

A minha obra é uma construção feita no jogo digital Minecraft, um feito que se começou no dia 13 de Abril de 2020 e veio a ser concluído no dia 5 de Julho de 2020. A construção tem um total de 127430 blocos, e a obra levou no total 52 horas para ser realizada. Toda a estruturação da obra é uma edificação do Ifes – Campus Viana, uma composição real, sendo reproduzido no Minecraft. O curta feito foi para amostrar a construção em seu todo, desde a aparência externa até como é a estruturação do mesmo por dentro.

Pegadas do Congo

Aurélia — Vila Velha — 2018

Série de fotografias feitas no evento anual da ACERBES, Associação Cultural Esportiva e Recreativa Beatos do Espírito Santo, intitulado Pegadas do
Congo, em que a companhia de Congo da associação cria uma tela coletiva pintando com os pés enquanto congam no pátio de sua sede. A exposição foi originalmente abrigada na Galeria Eugênio Pacheco, entre 15 de junho e 15 de julho de 2018. Na exposição, além das fotos da série original, pretendemos incluir outras feitas na abertura da exposição e na sede da associação capitaneada pelo Mestre Naio que comanda a banda de Congo Beatos de São Benedito que, entre outros feitos e méritos, tem o de praticar a inclusão no âmbito da capoeira e do Congo.

Conheça a exposição completa!

E nossos rostos?

Amanda Santos — Venda Nova do Imigrante — 2020

No presente ano foi notado um vasto número de denúncias, por parte de usuários das redes sociais em geral e influenciadores, voltadas aos algoritmos das plataformas digitais. Cada vez mais influenciadores não-brancos, vendo-se prejudicados em relação aos seus trabalhos, têm se manifestado em seus perfis a respeito das agressões simbólicas e tentativas de apagamento que vem sofrendo por parte de uma tecnologia que seleciona automaticamente o que deve ser compartilhado com o público ou não. Os algoritmos são idealizados por pessoas, e pessoas incorporam seus vieses ideológicos, políticos e sociais, de forma inconsciente neles – o que não significa dizer que não devemos ser críticos e vigilantes a respeito. Configurando-se como expressão de racismo, os algoritmos das redes sociais são, nos últimos tempos, a “modernização” da discriminação racial. Em um cenário capitalista e neoliberal, as consequências ultrapassam as questões de autoestima de pessoas negras, indígenas e não-brancas, ferindo, também, as oportunidades no mercado de trabalho – que cada vez é mais virtual, e responsável pela movimentação econômica do país. Partindo da revolta e necessidade de manifestar-se contra as microagressões virtuais, o videoarte E nossos rostos? é um manifesto-artístico-denúncia que busca por meio das inquietações expressar-se criticamente contra o algoritmo e demonstrar que, mesmo lutando contra o invisível, não nos calaremos diante dessa violência racial.