Painel com professores da UESC (BA) abriu o último dia da Jornada de Integração.
Pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), da Bahia, apresentaram um trabalho que utiliza conhecimentos sobre proteases no cacau para buscar um possível mecanismo de tratar a covid-19. O painel “IA para mapear inibidores em cacau capazes de atuarem no combate à Covid” abriu o último dia da Jornada de Integração e teve transmissão pelo YouTube, com mediação da professora Ana Paula Candido Gabriel Berilli.
A protease, em linhas gerais, é um tipo quebra das ligações entre os aminoácidos que compõem as proteínas. O grupo liderado pelo professor Carlos Priminho Pirovani já estudava esse tema há quase 15 anos, com análises sobre o cacaueiro e as pragas que o acometem.
Com o início da pandemia e seus números alarmantes de doentes e de óbitos, o pesquisador, que é engenheiro agrônomo e doutor em Biologia Molecular, conta que decidiu mobilizar esses conhecimentos para um novo foco. “Proteases são apontadas como possíveis alvos em vírus para tratamentos”, apontou. Assim, a equipe multidisciplinar, com professores e estudantes de biologia, biotecnologia, genética, biologia molecular, bioinformática e imunologia se voltou ao novo objetivo.
Na primeira fase dos estudos, iniciados no mês de abril, foram feitas análises com modelos computacionais que sinalizaram já algum sucesso contra dois tipos de proteases do vírus. Na segunda etapa, mais um tipo será testado. A terceira fase inclui testar em células humanas e, a quarta, incluir o vírus Sars-Cov-2.
A doutora em imunologia Jane Lima dos Santos, que também é professora da UESC, explicou que uma parte primordial é saber se, além de potencialmente combater o vírus, os inibidores de protease do cacau podem causar algum dano às células humanas. Ela acredita que, caso o grupo consiga chegar a bons resultados, uma medicação com base nos inibidores poderia auxiliar na modulação do sistema imunológico para uma melhor resposta à infecção pelo vírus.