“É possível desenvolver pesquisa na educação básica?” foi o tema da conversa.
O terceiro dia da Jornada de Integração do Ifes foi encerrado pelo painel temático da Feira de Ciências Norte Capixaba (Fecinc), que integra esta edição do evento. A questão proposta para o painel foi: “É possível desenvolver pesquisa na educação básica?”. A mediação foi do professor do Ifes Thiago Rafalski Maduro.
Participaram como expositores a professora Flávia Twardowski, do IFRS, doutora em engenharia de produção, e três de seus ex-alunos no instituto federal: André Berzagui, Júlia Oscar Destro e Vanessa Teixeira da Rosa. Eles contaram suas experiências em projetos de pesquisa no ensino médio, compartilhando histórias inspiradoras e dicas para outros estudantes e professores que acompanhavam a transmissão ao vivo pelo canal da Jornada no YouTube.
A professora Flávia iniciou instigando o público a pensar sobre como a curiosidade é um atributo inato do ser humano. “Bebês já nascem cientistas, já são curiosos”, afirmou, lembrando que permanecer curioso é desafiador, porém, é o que impulsiona a aprendizagem. Ela contou que ela mesma teve a chance de participar, quando criança, de um clube de ciências, e isso marcou sua vida. “Foi a oportunidade que tive de questionar e formular hipóteses”, relembrou.
Os estudantes também contaram como a participação em projetos de pesquisa foi transformadora nas suas vidas. André, que hoje cursa Cinema, conta que “não achava que pesquisar era para a gente”. Apesar disso, se dedicou, aprendeu e conseguiu participar de feiras e ganhar reconhecimento. “Tem algo mais essencial que eu carrego até hoje, mesmo tendo ido pra área das artes, que é que a pesquisa me permitiu olhar para problemas e pensar em soluções, que fazer algo é possível. E isso é um ato de empatia no qual eu acredito, é um jeito de tentar mudar as coisas”, relatou.
Júlia também afirmou que, na sua opinião, “a pesquisa está em tudo, principalmente quando a gente precisa buscar como enfrentar os desafios que a gente acha que não são possíveis”. Ela participou de grandes feiras no Brasil e no mundo com seus projetos, dedicados à área ambiental e de reaproveitamento de resíduos.
Um deles foi a análise da areia de balneários próximos à localidade onde ela morava, desenvolvido em parceria com a amiga Vanessa. “Esse projeto fez a gente expandir a visão para a nossa comunidade, nossa realidade, trazer a ciência para pertinho da gente”, afirmou. Vanessa lembrou que a prefeitura do município de Cidreira recebeu as análises e buscou resolver o problema de contaminação que elas identificaram. “Algo que a gente faz dentro do laboratório, que parece tão pequeno, pode ter um grande impacto. A pesquisa me fez ver o mundo de outra forma”, enfatizou Vanessa.
Ao final, os três jovens deram dicas para estudantes e professores. André encorajou os jovens a arriscarem, confiaram em si para propor temas de pesquisa, e “se não der certo, tudo bem”. Para os professores que perguntaram como motivar os alunos a pesquisar, Julia sugeriu explicar o que é uma pesquisa, explicar como o jovem pode propor e deixar claro que está aberto a ideias e sugestões. Vanessa recomendou ainda aos estudantes que buscassem o cursinho Ápice, da Febrace, ofertado gratuitamente.
Veja a gravação completa do painel da Fecinc no canal da Jornada de Integração no YouTube.