Fecinc premia 36 projetos de pesquisa

cerimonia de premiação da Fecinc

Cerimônia on-line foi realizada nesta terça-feira (8).

Trinta e seis projetos foram premiados pela Feira de Ciências Norte Capixaba (Fecinc) 2020, em cerimônia on-line realizada pelo YouTube. Foram destacados projetos das áreas de Ciências Agrárias (5); Ciências Biológicas (5); Ciências da Saúde (3); Ciências Exatas e da Terra (5); Ciências Humanas (5); Ciências Sociais Aplicadas (5); Engenharias (5); e Linguística, Letras e Artes (3). 

Foram anunciadas ainda três vencedoras do prêmio Meninas na Ciência, e dois projetos receberam credenciais para participar da próxima edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).

As medalhas dos estudantes serão enviadas para as escolas, para posterior distribuição.

A Fecinc foi realizada junto com a IV Jornada de Integração do Ifes, entre 30 de novembro e 4 de dezembro. Participaram 170 alunos dos ensinos fundamental e médio, de 17 municípios capixabas, orientados por 76 professores. Oitenta e oito profissionais, de 50 instituições diferentes, entre empresas, universidades e institutos federais, fizeram as avaliações.

Confira a lista completa dos premiados

Veja como foi a cerimônia de premiação. 

 

 

Novo formato da Jornada de Integração é bem avaliado por gestores e participantes

Durante cerimônia de encerramento, os participantes puderam ver um vídeo-resumo do evento, com imagens e números desta edição.

A IV Jornada de Integração do Ifes se encerrou na última sexta-feira em uma cerimônia que reuniu representantes da comissão organizadora e gestores da instituição. O clima foi de dever cumprido, já que o evento teve seu formato reformulado para atender ao contexto da pandemia. Os participantes puderam ver um vídeo-resumo do evento, com imagens e números desta edição. Acesse.

Ao todo, a Jornada de Integração teve 418 trabalhos apresentados em sessões privadas, 450 estudantes envolvidos. A Feira de Ciências Norte Capixaba (Fecinc), que este ano se integrou à programação do evento, teve mais de 150 projetos apresentados por estudantes de escolas públicas e particulares de 17 municípios do Espírito Santo. Foram mais de 25 horas de programação aberta transmitida ao vivo com tradução em Libras. Durante o evento, o Youtube registrou mais 6 mil visualizações nos vídeos disponíveis.

O presidente da comissão organizadora, Célio Proliciano Maioli, contou um pouco dos bastidores da organização do evento e do desafio assumido em um ano tão atípico. “Mesmo antes da pandemia, sabíamos que precisávamos de um novo formato, que integrasse melhor as áreas. A pandemia nos trouxe novos desafios, como realizar tudo de forma online, uma programação realmente atrativa, uma boa comunicação e um suporte tecnológico. Foi um grande aprendizado e o Ifes cumpriu o seu papel”, afirmou.

A pró-reitora de Ensino do Ifes, Adriana Pionttkovsky Barcelos, falou sobre o tamanho do desafio. “Eu estou encantada com o resultado, com o novo formato, com a integração. Está tudo salvo, podemos acessar, rever. Este evento e um legado para o Ifes”, afirmou. Alinhado com o mesmo pensamento, o pró-reitor de Extensão, Renato Tannure, sugeriu que os próximos eventos tenham um formato híbrido, com parte da programação presencial e parte online.

Também participaram do evento o coordenador geral da Fecinc, Thiago Maduro; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, André Romero da Silva. O reitor do Ifes, Jadir Jose Pela, que estavam em uma agenda do Conif, enviou um vídeo especial para o momento. Acesse aqui a cerimônia completa e veja todos os pronunciamentos.

Durante a cerimônia, no chat do Youtube, participantes parabenizaram a comissão organizadora e avaliavam o evento de forma positiva. “Parabéns a cada um que contribuiu para este lindo evento. Participei de momentos ímpares, conheci muitas pesquisas maravilhosas e fiquei mais orgulhosa ainda de pertencer ao Ifes”, escreveu Fabíola Martins.

Acesse todos os vídeos no canal do youtube da IV Jornada de Integração do Ifes.Veja todas as notícias sobre o evento no menu Notícias.

Rodas de conversas promoveram integração de saberes, conhecimentos e vivências

Espaço de networking e troca de experiências surpreendeu participantes.

Uma das novidades da IV Jornada de Integração foi a organização de algumas rodas de conversas para trocas de experiências entre estudantes e servidores dos campi do Ifes. Até o ano passado, o objetivo era reunir extensionistas. Em 2020, as rodas de conversas também receberam participantes com projetos de pesquisa e ensino nas seguintes temáticas: Educação e Ensino; Música, Arte e Cultura; e Engenharias e Exatas.

A coordenadora da Rodas de Conversa, Zâmora Cristina, contou que a experiência superou as expectativas. “As discussões foram muito ricas e realmente aconteceu a integração de área e campi. Teve gente que se emocionou quando outros participantes elogiaram o trabalho, teve gente que ficou encantado porque não sabia que o colega desenvolvia algo tão parecido com o trabalho dele…gostei muito”, relatou.

O pró-reitor de Extensão do Ifes, Renato Tannure, explicou que a ideia da atividade é que os participantes sem conheçam fora de um formato avaliativo. “A ideia é viver o momento do cafezinho de um congresso, mas de forma mais organizada. É um espaço para troca de experiências, de forma horizontal. Não há avaliadores, ritos, roteiro, power point. O maior objetivo das rodas de conversa é que as pessoas se conheçam. Eu fiquei muito feliz com o resultado deste ano”, afirmou

Veja alguns projetos apresentados:

Conhecer, compreender e aprender com os povos indígenas. Esse é o objetivo do projeto “Nepto: experiências com pesquisas e projetos de extensão com os povos indígenas de Aracruz”, apresentado pelo professor Thalismar Matias Gonçalves. Desde 2017, o núcleo dá voz aos povos indígenas, fortalecendo a discussão sobre o tema nos campi do Ifes e promovendo o etnoturismo.

O Nepto possui grupo de estudos, projeto de iniciação científica e projeto de extensão. “Sobre esse formato na Jornada de Integração, a minha avaliação foi muito positiva porque propiciou tanto a divulgação do nosso projeto quanto o conhecimento sobre os projetos de outras pessoas, principalmente os que envolvem o contato com a comunidade”, destacou Thalismar.

O professor Richard de Alvarenga, do Campus Barra de São Francisco, e seu aluno Matheus Pastore, contaram sobre a experiência dentro do projeto Mutirão Nacional de Plantio de Árvores, que teve os planos revistos com a pandemia. O projeto incluiu uma parceria com a Polícia Militar e com uma pesquisadora da aula de biologia. Ao todo, foram plantadas 150 mudas. “Participar desse novo formato foi incrível e acredito que alí vão surgir muitas ideias”, afirmou o professor.

Pesquisadores buscam tratamento para a covid-19 a partir de conhecimentos sobre proteases no cacau

Professor Carlos Pirovani

Painel com professores da UESC (BA) abriu o último dia da Jornada de Integração.

Pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), da Bahia, apresentaram um trabalho que utiliza conhecimentos sobre proteases no cacau para buscar um possível mecanismo de tratar a covid-19. O painel “IA para mapear inibidores em cacau capazes de atuarem no combate à Covid” abriu o último dia da Jornada de Integração e teve transmissão pelo YouTube, com mediação da professora Ana Paula Candido Gabriel Berilli.

A protease, em linhas gerais, é um tipo quebra das ligações entre os aminoácidos que compõem as proteínas. O grupo liderado pelo professor Carlos Priminho Pirovani já estudava esse tema há quase 15 anos, com análises sobre o cacaueiro e as pragas que o acometem.

Com o início da pandemia e seus números alarmantes de doentes e de óbitos, o pesquisador, que é engenheiro agrônomo e doutor em Biologia Molecular, conta que decidiu mobilizar esses conhecimentos para um novo foco. “Proteases são apontadas como possíveis alvos em vírus para tratamentos”, apontou. Assim, a equipe multidisciplinar, com professores e estudantes de biologia, biotecnologia, genética, biologia molecular, bioinformática e imunologia se voltou ao novo objetivo.

Na primeira fase dos estudos, iniciados no mês de abril, foram feitas análises com modelos computacionais que sinalizaram já algum sucesso contra dois tipos de proteases do vírus. Na segunda etapa, mais um tipo será testado. A terceira fase inclui testar em células humanas e, a quarta, incluir o vírus Sars-Cov-2. 

A doutora em imunologia Jane Lima dos Santos, que também é professora da UESC, explicou que uma parte primordial é saber se, além de potencialmente combater o vírus, os inibidores de protease do cacau podem causar algum dano às células humanas. Ela acredita que, caso o grupo consiga chegar a bons resultados, uma medicação com base nos inibidores poderia auxiliar na modulação do sistema imunológico para uma melhor resposta à infecção pelo vírus.

Confira na íntegra o painel “IA para mapear inibidores em cacau capazes de atuarem no combate à Covid”. 

Painelistas compartilham experiências no uso da tecnologia para transferência de conhecimento

Objetivo do painel foi mostrar possibilidades que a tecnologia propõe à educação.

Discutir as oportunidades que a tecnologia possibilita para a educação foi o objetivo do painel das Ciência Sociais Aplicadas, com o tema “Experiências imersivas: tecnologias educacionais na era dos algoritmos”, realizado nesta sexta-feira (4). A proposta dos painelistas, mediados pelo professor Robson Malacarne, do Ifes – Campus Viana, foi apresentar experiências de diálogo entre a tecnologia e a educação, indo além do debate em torno da substituição do papel do professor.

A primeira apresentação foi da estudante de Agronomia, Stefany Sampaio. Ela é aluna do Campus Itapina e vem de uma família de produtores rurais. Stefany apresentou sua experiência enquanto estudante na utilização das tecnologias para  compartilhar o conhecimento acadêmico entre os produtores e aprimorar o trabalho desenvolvido por eles, além de divulgar o trabalho no campo. Ela destaca que os estudantes devem aproveitar a oportunidade que a academia fornece para fazer a transferência de conhecimento. “Isso não se resume a apenas imprimir conhecimento e trazer novas tecnologias, mas dar voz a quem já trabalha no campo”, ressalta.

O jornalista do Ifes Leonardo Lopes, que é membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos e Pesquisas em Desconstrução, Economia Criativa e Sustentabilidade (Núcleo Poiein), falou das ações que o Ifes vem desenvolvendo em economia criativa utilizando as novas tecnologias. Essas ações têm como objetivo acolher iniciativas e coletivos para trabalhar a educomunicação, a comunicação comunitária e a produção audiovisual. “A nossa perspectiva, enquanto pessoas envolvidas com a educação, é do acolhimento como metodologia”, explica. “Trazer experiências, como a mencionada pela Stefany, dar voz a esses saberes e conhecimentos e fomentar o seu desenvolvimento, respeitando o que é desenvolvimento para essas comunidades”. 

Encerrando o painel, foi a vez do professor Orlando Lopes, da Ufes. Para o docente, primeiro é preciso pensar na finalidade que a tecnologia tem para nós. “Ainda não está claro o impacto do que não é humano, como a inteligência artificial, no mundo humano”, questiona. Segundo ele, a educação envolve dois processos: ensinar e aprender. E aprender está relacionado à experimentação e imersão, que podem ser potencializadas pela tecnologia. “A educação clássica prepara as pessoas para um dia elas fazerem, mas vemos no Vale do Silício, vários fundadores de empresas inovadoras que não terminaram a faculdade e se lançaram à experimentação e à aplicação imediata do conhecimento”, exemplifica Orlando.

Para o professor, estamos em um momento de transição do modelo de desenvolvimento industrial para o pós-industrial, que traz uma perspectiva de valorização do conhecimento e necessidade de transferência dessas informações. “A capilaridade do Ifes responde a isso de uma tal maneira que nenhuma outra instituição é capaz de fazer no Espírito Santo. Por meio dos núcleos incubadores e projetos experimentais, está fazendo uma política de interesse histórico no estado, pois está eliminando algumas das diferenças fundamentais para o desenvolvimento, como o acesso ao conhecimento sistematizado”, destaca.

Orlando, que também é membro do Núcleo Poiein, falou um pouco sobre as atividades que o núcleo organiza para 2021, como um clube de leitura com o intuito de pensar a tecnologia a partir da literatura de ficção.

Assista o painel na íntegra no canal da Jornada no YouTube.

Palestras trazem exemplos da aplicação de inteligência artificial na agricultura

Setor já tem aplicado tecnologias para aumentar produtividade.

“Inteligência artificial na agricultura é um caminho sem volta”. A frase do professor Edney Leandro da Vitória, do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes/Ufes), resume a temática das palestras desta quinta-feira (3) na IV Jornada de Integração do Ifes. Também palestrou Frederico Comério, diretor de Tecnologia da Intelliway, que trouxe exemplos de aplicação da IA em várias áreas, inclusive no setor agrícola, com mediação do professor Abrahão Elesbon, do Ifes – Campus Colatina.

Em sua fala, o professor Edney apresentou como a IA já é utilizada na agricultura, como a agricultura de precisão para monitoramento de lavouras, utilização de sensores e atuadores que monitoram vários indicadores, sensoriamento remoto de pastagens e robotização das operações agrícolas. Segundo ele, a aplicação da inteligência artificial no setor já é uma realidade, com o objetivo de melhorar a produtividade e até reduzir custos.

Os desafios para a IA na agricultura são muitos, de acordo com Edney, uma vez que há muitas variáveis como: as alterações climáticas; o aumento populacional, e consequente demanda por uma agricultura mais eficiente; e necessidade de um grande volume de dados para aprendizagem das máquinas e para algoritmo chegar a resultado similar ao executado por humanos. Entre os desafios citados pelo professor estão a aplicação de agricultura de precisão em pequenas, médias e grandes propriedades; ampliação de pesquisas e inovações em smart farming e o desenvolvimento e adaptação de plataformas digitais para suporte à tomada de decisão na agricultura, entre outros.

Frederico apresentou conceitos relacionados à transformação digital e seus efeitos em diversas áreas, inclusive na agricultura. “A IA simula as capacidades cognitivas humanas e é a mola mestra da 4ª revolução industrial”, destacou. Diferente da computação tradicional, que trabalha com algoritmos determinísticos, a inteligência artificial se aproxima do comportamento humano, aprimorando de acordo com as experiências anteriores.

Ele ressaltou que é preciso deixar de lado o conceito “hollywoodiano” de inteligência artificial como “consciência artificial”. “Na realidade, IA são algoritmos de visão computacional, como identificação fácil; predição, como as sugestões da Netflix baseadas no comportamento do usuário”, exemplificou. Frederico trouxe ainda algumas aplicações de IA na agricultura com alto índices de precisão, como sensores para automação de hidroponia e uso de drones e câmeras termais para localização de ninhos de pássaros na lavoura.

Assista a palestra na íntegra no canal da Jornada de Integração no YouTube.

Jovens pesquisadores inspiram o público no painel da Fecinc

Estudante Julia participa do painel da Fecinc

“É possível desenvolver pesquisa na educação básica?” foi o tema da conversa.

O terceiro dia da Jornada de Integração do Ifes foi encerrado pelo painel temático da Feira de Ciências Norte Capixaba (Fecinc), que integra esta edição do evento. A questão proposta para o painel foi: “É possível desenvolver pesquisa na educação básica?”. A mediação foi do professor do Ifes Thiago Rafalski Maduro.

Participaram como expositores a professora Flávia Twardowski, do IFRS, doutora em engenharia de produção, e três de seus ex-alunos no instituto federal: André Berzagui, Júlia Oscar Destro e Vanessa Teixeira da Rosa. Eles contaram suas experiências em projetos de pesquisa no ensino médio, compartilhando histórias inspiradoras e dicas para outros estudantes e professores que acompanhavam a transmissão ao vivo pelo canal da Jornada no YouTube.

A professora Flávia iniciou instigando o público a pensar sobre como a curiosidade é um atributo inato do ser humano. “Bebês já nascem cientistas, já são curiosos”, afirmou, lembrando que permanecer curioso é desafiador, porém, é o que impulsiona a aprendizagem. Ela contou que ela mesma teve a chance de participar, quando criança, de um clube de ciências, e isso marcou sua vida. “Foi a oportunidade que tive de questionar e formular hipóteses”, relembrou.

Os estudantes também contaram como a participação em projetos de pesquisa foi transformadora nas suas vidas. André, que hoje cursa Cinema, conta que “não achava que pesquisar era para a gente”. Apesar disso, se dedicou, aprendeu e conseguiu participar de feiras e ganhar reconhecimento. “Tem algo mais essencial que eu carrego até hoje, mesmo tendo ido pra área das artes, que é que a pesquisa me permitiu olhar para problemas e pensar em soluções, que fazer algo é possível. E isso é um ato de empatia no qual eu acredito, é um jeito de tentar mudar as coisas”, relatou.

Júlia também afirmou que, na sua opinião, “a pesquisa está em tudo, principalmente quando a gente precisa buscar como enfrentar os desafios que a gente acha que não são possíveis”. Ela participou de grandes feiras no Brasil e no mundo com seus projetos, dedicados à área ambiental e de reaproveitamento de resíduos. 

Um deles foi a análise da areia de balneários próximos à localidade onde ela morava, desenvolvido em parceria com a amiga Vanessa. “Esse projeto fez a gente expandir a visão para a nossa comunidade, nossa realidade, trazer a ciência para pertinho da gente”, afirmou. Vanessa lembrou que a prefeitura do município de Cidreira recebeu as análises e buscou resolver o problema de contaminação que elas identificaram. “Algo que a gente faz dentro do laboratório, que parece tão pequeno, pode ter um grande impacto. A pesquisa me fez ver o mundo de outra forma”, enfatizou Vanessa.

Ao final, os três jovens deram dicas para estudantes e professores. André encorajou os jovens a arriscarem, confiaram em si para propor temas de pesquisa, e “se não der certo, tudo bem”. Para os professores que perguntaram como motivar os alunos a pesquisar, Julia sugeriu explicar o que é uma pesquisa, explicar como o jovem pode propor e deixar claro que está aberto a ideias e sugestões. Vanessa recomendou ainda aos estudantes que buscassem o cursinho Ápice, da Febrace, ofertado gratuitamente. 

Veja a gravação completa do painel da Fecinc no canal da Jornada de Integração no YouTube.

Núcleos do Ifes coordenam discussões no terceiro dia da Jornada de Integração

Especialistas de todo o Brasil discutem o impacto das novas tecnologias e da inteligência artificial em sete áreas.

Especialistas do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e de instituições de todo o Brasil participaram nesta quarta-feira (2) de sete painéis coordenados por núcleos, fóruns e redes de estudos da instituição, dentro da programação da Jornada de Integração do Ifes. A Agência de Inovação do Ifes (Agifes) também organizou um dos painéis  neste terceiro dia de evento.

Os temas abordados foram: atividades pedagógicas não presenciais (APNPs); propriedade Intelectual; educação inclusiva em gênero e sexualidade; arte; educação das relações étnico-raciais; educação ambiental, e sistemas de conhecimento inovação na agricultura agroalimentar.

Veja um resumo de cada painel e acesse o link das gravações:

Painel: Desafios das APNP durante a pandemia: a experiência dos Núcleos de Tecnologias Educacionais do Ifes
Organização: NTE
Representantes dos campi de Alegre, Piúma, Cariacica, Santa Teresa e do Cefor, apresentaram como se organizaram para implementar os NTEs nas unidades e quais foram as estratégias para apoiar estudantes e professores nas atividades pedagógicas não presenciais (APNPs). Os participantes dividiram as boas práticas implementadas e também refletiram sobre os desafios que ainda precisam ser superados. Acesse o vídeo.

Painel: Desmistificando a Propriedade Intelectual
Organização: Agifes
Neste painel, representantes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) esclareceram como funcionam os processo de registro de marcas e de patentes. Acesse o vídeo.

Painel: Educação inclusiva em gênero e sexualidade: desafios da era digital
Organização: Napgens
As painelistas discutiram sobre o direito integral à educação, independente de serem corpos desviantes ou não. De acordo com as discussões, é dever o Estado garantir essa inclusão. Nesse sentido, a Escola deve trabalhar para formar seus servidores e garantir um ambiente propício ao respeito incondicional e desenvolvimento pleno de todas, todos e todes. Acesse o vídeo.

Painel Arte e Novas Tecnologias
Organização: NAC
Os convidados explanaram sobre a relação entre arte e tecnologia, especialmente em relação à inteligência artificial nos últimos anos. Foram fomentadas várias reflexões sobre o que é arte e como as inteligências artificiais podem promover a arte como expressão do ser humano. Acesse o vídeo. 

Painel Transição ecológica e sistemas de conhecimento e inovação na agricultura e agroalimentar
Organização: Núcleo de Incubadoras
A professora Lívia Madureira apresentou exemplos de práticas agroecológicas utilizadas na região do Alto Douro, em Portugal. As estratégias compartilhadas mostram como a inovação rural tem aprimorado a agricultura. Os representantes das incubadoras dos campi Itapina, Linhares e São Mateus apresentaram os projetos desenvolvidos no Ifes no âmbito da agricultura. Acesse o vídeo.

Painel Educação das Relações Étnico-Raciais em Cena
Organização: Neabi
O painel contou com a participação de representantes dos campi Aracruz, Itapina, Piúma, Serra e Vila Velha. Os participantes compartilharam as ações realizadas pelos Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas do Ifes no ano de 2020 para contribuir para a implementação de políticas étnico-raciais na instituição. Acesse o vídeo.

Painel Educação Ambiental e Gestão das Águas
Organização: NEA
Os painelistas apresentaram suas visões sobre a gestão das águas e programas para preservação dos recursos hídricos, com foco na educação ambiental. O debate trouxe as ações realizadas pela Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH); pelo Programa Águas do Espírito Santo, do Ifes; e por organizações não governamentais, como a Associação Plant’água. Também foram apresentados os desafios a serem enfrentados e bons exemplos já realizados no Espírito Santo. Acesse o vídeo

Catálogo de vídeos da Jornada da Integração reúne trabalhos apresentados no evento

O catálogo conta com as experiências apresentadas nas rodas de conversa e projetos da Fecinc, do Ensino, da Extensão e da Pesquisa.

Uma das novidades da IV Jornada de Integração do Ifes é o catálogo de vídeos. Em função da pandemia da Covid-19, o evento foi adaptado para o formato virtual. Sem a possibilidade de apresentação presencial de trabalhos, foi definido o envio de vídeos pelos participantes para disponibilização no canal da Jornada no YouTube. 

A Jornada de Ensino definiu em edital que a submissão de trabalhos deveria ser em vídeo. Os projetos da Jornada de Extensão também foram cadastrados neste formato, uma vez que o envio de vídeo era obrigatório para inscrição no evento. 

Para conferir os trabalhos da Jornada de Pesquisa, há uma área específica do site da Jornada da Integração com os resumos dos projetos. Não havia obrigatoriedade de envio de vídeos no edital, por essa razão esses trabalhos não estão disponíveis no canal. Confira os resumos em: jornadadeintegracao.ifes.edu.br.

O catálogo conta com mais de 80 vídeos, organizados em playlists. Além dos trabalhos de Ensino e Extensão, há uma playlist exclusiva para as rodas de conversa. As rodas de conversa são compartilhamentos de trabalhos desenvolvidos com estudantes no âmbito do Ifes. Essas experiências são ações transversais, ou seja, perpassam Ensino, Pesquisa e Extensão.

Estarão disponíveis ainda os trabalhos apresentados na Feira de Ciências Norte Capixaba (Fecinc), que faz parte da programação da Jornada. O catálogo de vídeos, bem como toda a programação da Jornada da Integração, estão disponíveis no canal do evento no YouTube. Acesse.

Aplicações da Inteligência Artificial na indústria e na saúde são tema de painel da área de Engenharia

Uma das pesquisas apresentadas trabalha em um modelo para diagnóstico precoce de Covid-19.

A utilização da inteligência artificial em áreas como a indústria e a medicina já são uma realidade. Desde um dispositivo que monitora atividades físicas e sistemas que aumentam a produtividade no ciclo de produção do aço, as possibilidades de aplicação são diversas. 

Essas possibilidades foram apresentadas nesta terça-feira (1º) no painel da área de Engenharias, dentro da programação da IV Jornada de Integração do Ifes. O painel contou com a participação do professor do Ifes, Daniel Cruz Cavalieri; e deYves Luduvico Coelho, estudante de doutorado da Ufes, com mediação do professor do Ifes, Douglas Ruy Soprani da Silveira Araujo. 

Daniel, que faz parte do Grupo de Aprendizado de Máquinas e Automação (Gama), do Campus Serra, compartilhou projetos desenvolvidos pelo grupo com aplicações de inteligência artificial no âmbito industrial. Entre eles, estão sistemas de predição para problemas de engenharia na fabricação de aço.

O professor ressaltou que a inteligência artificial é um campo de estudos multidisciplinar e estabelece, para as empresas, um novo padrão para a eficiência. Cabe às empresas buscar maneiras para incorporar a inteligência artificial nos negócios e, segundo Daniel, já é possível ver esse movimento, especialmente em startups. 

Yves é doutorando e suas pesquisas são na área de Engenharia Biomédica, atuando principalmente em Tecnologia Assistiva, Dispositivos Vestíveis e Inteligência Artificial. Entre os projetos desenvolvidos nessa área estão dispositivos para auxílio ao diagnóstico, predição de condição médica e monitoramento de pacientes. 

Ele explicou como os projetos são desenvolvidos de modelos de machine learning para reconhecimento de atividades humanas (como monitores de exercício físicos), rastreamento de frequência cardíaca e estimativa de pressão arterial, com a utilização de dispositivos vestíveis (como faixas ou pulseiras com sensores) integrados a smartphones.

Uma outra aplicação em desenvolvimento é um modelo baseado em deep learning para auxiliar o diagnóstico de pessoas assintomáticas com Covid-19. A partir de bases de dados públicas (como sensores ou câmeras), seria criado base de dados local para detecção precoce da Covid-19, por meio de sinais como frequência cardíaca, pressão arterial e temperatura.

A aplicação da inteligência artificial na engenharia vai além da contribuição técnica, contribuindo também para o desenvolvimento científico. Na visão dos palestrantes, a inteligência artificial pode aproximar instituições de ensino e pesquisa de empresas para a aplicação prática de novas tecnologias, em especial na engenharia biomédica.

Confira todas as transmissões ao vivo salvas no canal da Jornada de Integração no YouTube.